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Ser estrangeiro é viver entre duas vidas ao mesmo tempo

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 Ser estrangeiro é acordar em um país e sonhar em outro. É falar numa língua, pensar em outra e sentir em todas ao mesmo tempo. É carregar duas casas dentro do peito — uma que ficou e outra que você está tentando construir. Viver longe da sua terra é viver duas vidas paralelas. Na primeira, você é quem era: o sotaque, as lembranças, a comida, o jeito de ver o mundo. Na segunda, você é quem se tornou: a força que nasceu da necessidade, o silêncio que moldou sua coragem, a adaptação que virou rotina. Ser estrangeiro é rir sozinho de uma memória que ninguém ao seu redor entende. É explicar sua cultura com simplicidade, como se pudesse resumir toda uma história de séculos em poucas frases. É sentir saudade de coisas que antes você nem percebia — o cheiro da rua depois da chuva, o barulho familiar da vizinhança, o jeito que o céu ficava no fim da tarde. Aqui, eu aprendi que saudade não é falta, é presença. É o amor insistindo em permanecer, mesmo longe. E aprendi também que...

O Deus que me ensinou a ser forte quando ninguém estava vendo

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 Eu nunca imaginei que a vida me traria até aqui. Tão longe de onde nasci, tão perto de quem eu realmente sou. Nosso Deus tem uma maneira estranha de te moldar. Ele não pergunta se você está pronto. Ele simplesmente coloca você diante de si mesmo. Do seu cansaço. Da sua coragem. Da sua solidão. E, aos poucos, você percebe que está aprendendo a sobreviver em silêncio. Começa a se "sentir" realmente um cristão. Aqui no Japão eu aprendi que força não é grito. (mas a vezes me esqueço kkk) Não é pose. Não é medalha. Força é continuar quando ninguém aplaude. É levantar no frio. É trabalhar com dor. É sorrir mesmo quando ninguém entende sua língua. É carregar o mundo nas costas e ainda assim arrumar espaço para um sonho na mochila. Deus me ensinou a ser forte aqui no Japão quando ninguém estava olhando. Porque aqui, quando o dia pesa, não tem vizinho chamando seu nome. Não tem parente batendo na porta. Não tem colo da mãe. Tem você. Só você. E isso assusta, ma...

Recomeços silenciosos

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 As vezes eu me pego olhando para trás como quem olha a rua depois que a chuva passou. Não é nostalgia… é só aquele reconhecimento silencioso de que eu sobrevivi a tudo aquilo que achei que não ia passar. Muita coisa mudou desde a última vez que escrevi aqui. Outras continuam iguais — principalmente essa necessidade teimosa de transformar o que sinto em palavras. Talvez seja meu jeito de respirar. Talvez seja meu jeito de existir. Hoje escrevo de Nagoya. De um pequeno pedaço de mundo que, mesmo tão longe de onde nasci, virou parte de mim. O Japão tem isso: ele te quebra, te reconstrói e te ensina a encontrar beleza até no cansaço. Aprendi que recomeçar não tem anúncio. Não tem fogos, não tem festa. Às vezes recomeçar é só levantar da cama antes do sol. É fazer o que precisa ser feito. É aceitar que algumas respostas só chegam depois de muito silêncio. E tudo bem. A vida não exige pressa. Exige presença. Hoje eu volto pra esse blog como quem volta pra casa depois de...

Wear sunscreen!

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Crazy Love

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Jotta A - Muéstrame Tu Gloria (Vídeo Oficial)

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Once a fighter, always a fighter!!

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